quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

História do Carnaval


A festa do Carnaval (Entrudo) remonta à Idade Média e foi sempre marcada pela subversão da ordem estabelecida.
Nos dias do Entrudo, o "mundo" era virado às avessas: o diabo andava à solta, a dança e os folguedos tomava conta dos corpos. Os mascarados aterrorizavam as pessoas; os homens vestiam-se de mulheres, terminando com a morte do rei. Em Portugal, o entrudo, era essencialmente uma festa de rua que os foliões tomavam de assalto. Uma amostra deste espírito carnavalesco (subversivo e de crítica social) subsiste ainda na cidade de Torres Vedras: O Carnaval inicia-se com a entronização da família real: o rei ("rei mono", cornudo) e a rainha do sexo masculino. Depois começam os combates e as brincadeiras nas ruas, os desfiles de Zés Pereiras, Cabeçudos, trapalhões, matrafonas, terminando no enterro do entrudo (rei Mono).

O carnaval de Torres Vedras, mantém a fidelidade às tradições do Entrudo português e, por isso, se intitula, o "mais português de Portugal". Carateriza-se pela participação espontânea dos cidadãos, mesmo nos Corsos organizados. Como afirma um estudioso da etnografia, essa participação "é desejada para a animação do desfile e assim vemos os mais variados foliões nos espaços entre os carros, fazendo a sua festa, exibindo as suas máscaras e facécias, pregando as suas partidas, enquanto simples curiosos, mesmo à paisana, podem ir ao lado dos mascarados" (in José Alberto Sardinha, Tradições Musicais da Estremadura, Tradisom; 2001, p. 199);

A forte carga satírica aos costumes, com uma grande componente de ironia política e social, assumindo, na Tradição do Entrudo português, um palco para a crítica aos "desconcertos do mundo" de tradição popular.

Poucos sabem mas, na Grécia Antiga, já se celebrava uma espécie de Carnaval, festa que foi posteriormente adoptada pela Igreja e que marcava o início da quaresma. Na altura havia uma grande concentração de festejos populares e cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes.

As comemorações modernas, cheias de desfiles e fantasias, são produto da sociedade vitoriana do século XIX e foi nelas que o Carnaval mais famoso do mundo, o brasileiro, se inspirou. A festa no Rio de Janeiro já entrou para o livro do Guiness como o melhor e maior Carnaval de todos. O clima de euforia instala-se logo após o Ano Novo, com as escolas de samba a prepararem as coreografias e as canções ao pormenor.

 Não menos conhecido é o Carnaval de Veneza, que consegue ser um pouco mais económico que o brasileiro. A cidade italiana recebe, neste período, mais turistas, a sua maioria atraída pela tradição que remonta ao século XII. Veneza torna-se num salão de baile a céu aberto, com as mais belas máscaras e fantasias.

Também outras cidades europeias dão nas vistas, por terem preços mais acessíveis, com as suas celebrações da festa que marca o início da quaresma. Na Basileia, Suíça, o Carnaval dura 72 horas e vários grupos fantasiados desfilam com lanternas pelas ruas, enquanto cantam ao som de flautas e tambores. Já na cidade francesa de Nice, tem lugar a famosa batalha das flores, uma tradição que data de 1876, quando, durante os festejos, se trocavam buquês.

Em Barranquila, Colômbia, o Carnaval é tão famoso que já foi declarado pela Unesco como obra-mestra do Património da Humanidade. Lá é possível apreciar uma série de eventos típicos e espetáculos, sempre com muita música e alegria.

Já nos Estados Unidos, mais precisamente em Nova Orleães, celebra-se o Mardi Gras, ou terça-feira gorda. A festa conta com desfiles, carros alegóricos e muitas máscaras.

Em Portugal, dizem os entendidos que, não há Carnaval como o de Torres Vedras, com os seus famosos «cabeçudos» (bonecos gigantes) e as muitas «matrafonas» que andam pelas ruas (homens vestidos de mulher).

Não menos famosos são os carnavais de Sines e Estarreja, com alegres cortejos e muitas máscaras.

Aproveita que dia 21 está mesmo aí à porta e sai para te divertires, numa das noites mais animadas do ano. Estamos em crise, é verdade... mas é Carnaval, ninguém leva a mal se a esqueceres durante um bocadinho!

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